quinta-feira, 20 de agosto de 2015

FANFIC - "O PODEROSO SUEDE" - CAPÍTULO 06 - 2° TEMP.


Chay
Ultimamente esse era o modo que todos me encontravam: sentado na cadeira do escritório, cabeça jogada para trás e olhos fechados. Chegou um momento em que para todo lado que olhava... só via merda. Cada uma pior que a outra. Era a típica expressão: Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Como não sou homem de correr de nada, e muito menos ser comido por nada que não fosse minha esposa, levantei-me disposto a enfrentar a ala pediátrica e acabar de vez com aquele motim despropositado. Sabiamente eu me decidi por conversar com cada um deles separadamente. Conhecia as peculiaridades de cada um para saber como desarmá-los, sem que um fosse auxiliado pelo irmão. Não cheguei a sair do lugar e a porta foi aberta. Mel entrou e eu me sentei, já sabendo que ela pretendia conversar. Enquanto caminhava até mim, eu a olhei de cima a baixo. Segura de si, destemida, às vezes até prepotente demais para o meu gosto. Ela me olhava diretamente nos olhos.
- Sabe que a culpa disso tudo é sua, não sabe?
Ela parou de repente, surpresa com meu repentino ataque.
- Minha? Eu que tenho esse gênio do cão?
Perguntou, sentando-se sobre a mesa e colocando os pés calçados com botas sobre minha perna.
- A culpada é você. Se não tivesse aparecido na minha vida, eu não teria me casado e gerado esses gremlins do mal.
Ela arqueou a sobrancelha.
- Está arrependido? Ja existe divórcio há séculos, sabia disso?
- Você não vive sem mim, baby.
Falei colocando minhas mãos sobre sua panturrilha e apertando levemente.
- Digo o mesmo.
Eu ri e empurrei a cadeira mais para perto, abrindo mais as pernas dela e colocando a cabeça em seu colo.
- Sabe que estou brincando, não é? Pelo amor de Deus, não leve a sério o que falei. Eu amo você e meus filhos.
- Sei disso, seu idiota. Mas falando sério, Chay... eles não parecem de brincadeira. O que acha de nós dois conversarmos com eles?
- Eu estava indo fazer isso. Conversar com cada um deles, separadamente.
Mel acariciou meus cabelos, remexendo-se sobre a mesa.
- Rosalie e Alice me ligaram.
Ergui novamente a cabeça.
- E?
- As duas virão aqui amanhã. Estão ao mesmo tempo chocadas e chateadas com os maridos. Sequer pediram opinião delas e ainda apoiaram a loucura de Carlisle.
- Imaginei que ficariam. Principalmente Alice. Mas elas já deveriam saber que não se casaram com alguém tão legal quanto eu, que dá valor a opinião da esposa.
Mel rolou os olhos e me empurrou, saltando da mesa.
- Estou preocupada. E muito.
- E eu não? Acho que a primeira pedrada na cruz foi dada por mim. So pode ser isso.
- Ah com certeza. Deu a primeira pedrada e ainda incentivou o resto a fazer o mesmo.
Eu cruzei os braços diante da piada, encarando-a com a sobrancelha arqueada.
- É isso mesmo? Como se não bastassem seus pivetes me aporrinhando, vem você também?
- So confirmei sua dúvida. Mas e ai? Falaremos com eles? Ou prefere fazer isso sozinho?
- Eu prefiro ir sozinho. Você passa demais a mão na cabeça deles, sabe disso.
- Não pense que me ofende, porque não. Vou sair porque preciso ver aquele carregamento. A gente se encontra à noite.
Eu a puxei para os meus braços antes que ela se afastasse, enterrando meus rosto entre seus cabelos e aspirando seu cheiro. Mordi seu pescoço, rindo ao sentir o tremor em seu corpo.
- Não precisa ir tão cheirosa, tampouco com essa calça grudada ao corpo.
Ela apenas me beijou rapidamente, empurrando-me em seguida.
- Sabe que certas coisas que fala comigo, nem entram em meus ouvidos. Até mais tarde, querido.
Balancei a cabeça, observando-a sair. E depois dizia que nossos filhos puxaram a mim. Aliás... era hora de dar uma volta no berçário. Joseph seria o primeiro. Era o mais tranquilo, o que sempre me ouvia e respeitava minhas opiniões. Estava na biblioteca, com vários livros abertos sobre a mesa.
- Atrapalho?
- Oi pai... pode entrar. So estava estudando um pouco.
Como sempre. Não me lembro de ter conhecido alguém tão estudioso quanto Joseph. E eu tinha um puta orgulho disso.
Sentei-me na cadeira à frente e o observei em silêncio. Ele enfrentou meu olhar, já sabendo o que eu pretendia.
- Pai...
Ele começou e eu o interrompi.
- Joseph, não. Você é o único normal dessa família, pelo amor de Deus. Se você embarca nessa loucura... eu me sentirei um fracasso como pai.
- Não seja dramático. Sabe que está falando isso só para nos fazer desistir.
- Também, mas não deixa de ser verdade. Vocês não entendem que isso não é um parque de diversão. Tudo bem... sei que estou pegando pesado e que jurei jamais tocar nesse assunto, mas você já se esqueceu em que circunstancias nos encontramos?
Ele engoliu seco e seu olhar ficou triste.
- Jamais poderia me esquecer.
- Então, merda.
Falei dando um tapa no braço da cadeira e me levantando, bagunçando meus cabelos. Ja estava começando a ficar nervoso antes mesmo de começar a conversa.
- Você viu que isso não é brincadeira. Você sabe do que a máfia é capaz. Nossa família mesmo, Joseph. Matamos a sangue frio quando qualquer coisa atravanca nosso caminho. Como eu poderia enfiar meus filhos nisso?
- Você já enfiou, pai. Se queria que vivêssemos numa redoma, deveria ter saído dessa vida há mais tempo. Ou então não deveria ter tido filhos.
Eu fiquei paralisado com a ousadia dele. Joseph jamais falou assim comigo. Apontei o dedo para ele.
- Olha só... eu relevarei isso que você falou. Porra, Joseph. Vocês são praticamente crianças.
- Eu tenho a mesma idade que você tinha quando começou a carregar tudo nas costas.
- É diferente, cacete. Olha... volta pra sua noiva, que nem me lembro o nome. Volte para suas criancinhas e deixe que eu cuido do resto, ok?
Ele balançou a cabeça.
- Definitivamente não. Não deixaremos nem você, nem a mamãe nessa merda sozinhos. Estou furioso com o tio Jasper e Emm por terem abandonado o barco. E foi melhor assim. Aqui não é lugar para covardes.
Eu apenas abri minha boca, sem emitir qualquer som. Meu filho dava um show de assustadora maturidade.
- Entendo você e até concordo com isso. Mas...
Abri os braços e voltei a baixá-los. Eu nem sabia mais o que dizer.
- Consegue imaginar Valentina com uma arma na mão?
Ele riu.
- Consigo.
- Seria apavorante. Ela seria capaz de estourar os miolos de alguém que risse do cabelo dela.
- Não é assim, pai. Caramba... somos seus filhos. Não somos irresponsáveis. Fomos muito bem criados para sabermos como agir. Somos filhos do todo poderoso Suede.
Bufei.
- O apelido de poderoso não é só por esse motivo.
- Ah sim, minha mãe já me contou. Poupe-me da parte podre da história.
Ele falou e gargalhou, ficando sério ao ver minha expressão nada satisfeita.
- Não terminamos esse assunto.
Eu disse, me preparando para sair. Confesso que estava pasmo. Tão irritantemente impressionado com Joseph que não tinha condições de falar mais nada naquele momento. Ja estava com a mão no trinco, quando ele me chamou.
- Pai? Estamos dentro, não estamos?
- Dentro da minha cabeça... me infernizando. Apenas isso.
Sai da biblioteca, subindo as escadas. Sentia minhas pernas mais pesadas que o normal. Desejei ser sintoma de velhice, e não o peso daquela revolução que acontecia em minha vida. Bati à porta do quarto do Enzo e abri, antes mesmo que ele dissesse alguma coisa.
Como sempre, estava absorto com suas fórmulas químicas. Ja perdi a conta de quantas vezes esse menino explodiu o quarto, inventando, ou tentando inventar algo. Mel ficava com os cabelos em pé, desesperada e com medo que algo acontecesse a ele. Mas eu me divertia. Às vezes estávamos em casa, conversando em nosso quarto quando ouvíamos o estrondo. De uns tempos pra cá, ele parece ter melhorado, já que os estrondos eram cada vez mais raros.
- Está tentando explodir o que ai?
Ele riu, remexendo um liquido estranho.
- Eu nunca tento explodir, pai. Isso é só consequência.
Eu ri e me joguei na poltrona, encarando-o.
- Pode parar um instante?
- Eu já sei sobre o que quer falar.
Ele disse, mas abandonou sua experiência e se sentou no chão à minha frente.
- Que bom que você sabe. Espero que saiba também o quanto essa situação é absurda.
Ele deu de ombros.
- Não vejo nada de absurdo. Somos filhos da máfia. Nada mais natural.
- Não. O fato de serem filhos de um porra louca feito eu não quer dizer nada. Que pai deseja isso para os filhos?
- Pai...
- Ok. Deixe-me reformular. Não quer dizer que eu não vá nunca aceitar vocês ao meu lado. Entendam que esse não é o momento.
- Como não? É exatamente o momento. Enquanto alguns abandonam o barco, nós queremos nos unir, pai. Entenda isso. Não é tão absurdo.
- Não seria tão absurdo se vocês tivessem idade para isso. Vocês só tem dezesseis anos.
- Nossa mãe tinha dezenove.
- Epa.. nem vem. Ela tinha dezenove quando se casou comigo. Ela só entrou para os negócios algum tempo depois.
- Que seja. Mas idade quer dizer realmente alguma coisa? Não somos imaturos e inconsequentes.
Ele quase repetia o discurso do Joseph, o que me fez revirar os olhos. Parecia que eles ensaiaram direitinho o que diriam.
- Para a máfia, são sim. Isso não é um passeio num parque, Enzo.
- Sabemos disso. E estamos preparados. Nós vivemos dezesseis anos de nossas vidas sob o mesmo teto que um homem íntegro, forte, destemido e uma mulher tão forte e destemida quanto ele. Não somos franguinhos de leite com medo do lobo mau debaixo da cama.
- Eu sei. Eu vejo isso. Vocês só não percebem que a prática é um milhão de vezes pior que a teoria.
Ele se levantou e colocou a mão em meu ombro.
- Tio Jaspere tio Emm fugiram do pau. Meu avô, como você mesmo disse, está senil. Nós temos que ajudar. Ja se esqueceu de suas próprias palavras pai? Nós somos uma família... e defendemos a família.
Enterrei meus dedos em meus cabelos. Minhas próprias palavras jogadas contra mim. Era fim de carreira pra mim. Devo ter desvirtuado algum anjinho da guarda, oferecendo droga pra ele. Não era possível tamanha provação.
- Não terminamos esse assunto.
Falei, repetindo o que disse ao Joseph. O pior era agora. Aquela topetuda seria a pior parte. Não baixava a porra da crista de jeito nenhum.
Fui até o quarto de Valentina. A porta estava entreaberta e fiquei parado um tempo do lado de fora. So agora percebia como minha cabeça estava dolorida. E olha que raramente eu tinha esse tipo de dor.
- Entra logo, pai.
Bufei e empurrei a porta.
- Como sabia que eu estava aqui?
- Pelo cheiro.
- Hum...
- Se veio falar sobre nossa entrada nos negócios, pode dar meia volta.
- Olha como fala comigo, menina.
Valentina realmente era o capeta. Tanto Joseph quanto Enzo me chamaram para entrar e sentar para conversarmos. Somente ela me pedia para dar meia-volta. Mas era um filhote de Mel mesmo. Tão atrevida quanto a mãe.
- Só estou dizendo para não gastar saliva com algo que já está decidido.
- Decidido porra nenhuma. Eu ainda mando nessa merda, Valentina. E minha resposta é não. Nem que eu tenha que mandá-los para um internato do outro lado do mundo.
- Eu não vejo o motivo para tanto destempero.
- Não vê porque é uma louca, inconsequente. Ah qual é, Valentina? Estão entendiados? Por que não vão fazer as coreografias do Menudo e esquecem a Máfia?
Ela apenas rolou os olhos e torceu os lábios, como sempre fazia quando achava as coisas absurdas demais.
- Porque esse tal de Menudo é da sua época e não da minha. Eu gosto de Maroon 5. Adam Levine é tudo de bom.
- Mas hein?
Eu falei com os olhos arregalados, assombrado com o que acabei de ouvir da boca da minha garotinha.
- É isso mesmo.
Cocei minha cabeça, esfreguei meus dedos na testa e assoprei o ar com irritação.
- Ok. Então vá curtir as músicas disso ai. Faça um fã clube pro carinha tudo de bom e esqueça isso.
Ela jogou a revista para o lado e se levantou, encarando-me com as mãos na cintura.
- O que está pegando, pai? Sabemos onde estamos nos metendo. Somos crus ainda? Claro que somos. Mas a mamãe também era e hoje ela é foda. Nós seremos treinados pelos melhores... nossos ídolos.
Ela me olhou daquele jeito que sabia que me desarmava.
- Pelos nossos pais. Nosso maior exemplo. Não faremos nada além do devido, pai. Dê-nos um crédito.
- Vocês não tem idade para isso.
- Não cronologicamente. Mas temos maturidade.
Dei um sorriso torto.
- Será?
- Temos sim. E nem vem com esse sorrisinho pra mim, porque ele só cola com a mamãe.
Resolvi mudar de tática. Valentina parecia ser a cabeça daquele motim traiçoeiro.
- Não meça forças comigo. Seus irmãos já entenderam que é melhor ficarem afastados.
Ela franziu a testa, meio incrédula, mas depois empinou o nariz.
- Porque são frouxos. Pior pra eles. Eu já entrei. Daqui não saio, daqui ninguém me tira.
- Veremos se uma cinta no seu lombo não tira você daqui. E você não entrou porra nenhuma.
- Pense bem, pai. Poderíamos nos drogar, aprontar todas. Fazer um monte de merda. Mas só estamos querendo ajudar.
- Podem ajudar molhando menos as fraldas e continuando no berço, quietinhos.
- É melhor do que eu ficar namorando escondido, transando e transformando você em vovô antes da hora.
Eu arfei, arregalando os meus olhos. Se ela pretendia me assustar... com certeza conseguiu. Apontei o dedo em seu rosto, quase tocando seu nariz, mas a bandida nem ao menos piscou.
- Você não brinca com uma coisa dessa, Valentina. Eu sou capaz de matar você. E não quero mais saber de papo não. Topetuda dos infernos.
Estava saindo do quarto, mas antes que eu repetisse as mesmas palavras ditas a Joseph e Enzo, Valentina falou em tom debochado.
- Nossa conversa termina aqui, pai.
Eu não falei nada. Não queria dar os dezesseis anos de tapas que Valentina merecia. Eu só queria me deitar numa cama, fechar os olhos e só acordar daqui a mil anos. Sabe quando você percebe que a merda está espalhada por todos os lados? Eu via isso agora.
Ja tinha tomado minha decisão e só esperaria Mel voltar para conversarmos. Fui para o escritório e peguei um copo com uísque e meu charuto. Queimar a garganta com o álcool e entupir meu cérebro de nicotina seria meu único alívio no momento.
;:*:;
Olhei para o celular que vibrava sobre a mesa e estiquei a mão. Creio que cochilei um pouco, pois me sentia um pouco grogue. Não era por causa da bebida... talvez.
Minha respiração ficou suspensa ao reconhecer o número. Pelo jeito, a notícia se espalhou rápido.
- Suede.
Falei secamente.
- Ola Suede.
- Don Andreolli...
Falei, já sabendo do que se tratava.
- Então Suede... acho que precisamos conversar não é?
- Duvido muito. Nossos negócios são absolutamente distintos.
- Uma porra que é. Seu papaizinho está se enfiando onde não deve e acho melhor você resolver essa situação.
- Meu pai e eu não estamos mais juntos.
- Isso é uma surpresa. O império Suede desmantelado? Mas não interessa... se seu pai continuar fazendo merda... vai sobrar pra você. Portanto, meu caro... precisamos nos encontrar sim.
Acabei marcando de me encontrar com ele. Era o que sempre disse. Ainda que não estivéssemos mais unidos, qualquer coisa que meu pai fizesse, resvalaria em minha família. Talvez fosse o momento de colocá-lo numa camisa de força.
- Inferno.
Falei jogando o copo com força contra a porta. Um segundo depois melabriu a porta.
- Ah se esse copo me acerta, Berllucci.
Fiz uma careta e me levantei enquanto ela se aproximava.
- Problemas?
- E desde quando não os tenho?
Puxei-a para mim, que me olhou estranho.
- Bebeu a ponto de ficar bêbado?
- Não estou bêbado. Estou momentaneamente... animado.
Falei e girei-a de costas para mim, prensando seu corpo contra a mesa e meu próprio corpo. Desci minha mão pela sua carne farta, apertando-a, enquanto mordia seu pescoço.
- Queria dar uma surra no maldito que inventou calças para mulheres.
Ela escorreu o corpo pelo meu, passando sob meu braço. Parou atrás de mim e cruzou os braços, desafiando-me.
- Precisamos conversar. E é sério.
Abri meus braços, completamente vencido.
- E eu tenho escolha? É o mundo contra Chay Suede.
- Com certeza.
Ok... eu só quis testar minha veia dramática. Mas a resposta dela me deixou alerta. Vinha mais merda por ai? Olhei para o alto, mirando Deus. Quantas vezes mais ELE me faria visitar o inferno?

3 comentários:

  1. Mama, ta fora da área do blog
    Mas da de ler pelo not sem problemas
    Lindo,Mara,Pfft ♥

    ResponderExcluir
  2. Liiiiiiiiindooo Manuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
    Continua Bobada ♥

    ResponderExcluir
  3. Manu , continua que dias vc pde postar as webs? Em flor?
    #AnsiosapraTWD6

    ResponderExcluir