FANFIC - "O PODEROSO SUEDE" - CAPÍTULO 05 - 2° TEMP.

Melanie

Massageando minhas têmporas, eu tentava me controlar. Eu já sabia que algo do tipo aconteceria, mas precisava ser agora? Passamos horas conversando com Joseph na noite anterior e fomos dormir bem tarde. Ele estava feliz com seu trabalho e era visível como Chay se orgulhava dele. Felizmente ele não era nenhum tirano que obrigava os filhos a seguirem a tradição da família ou que ia contra as suas escolhas. Até hoje, a única escolha que foi contra, obviamente foi a de Valentina. Seu namoro com Liam era algo que Chay não aceitaria de forma alguma. Mas fazia gosto do namoro de Joseph, e a possibilidade do noivado foi o assunto por horas.

Mas apesar de quase adentrarmos a madrugada com nossos assuntos, acordamos cedo para que nos reuníssemos na hora do café da manhã.

O clima estava leve e descontraído. Até mesmo Valentina já tinha se esquecido das últimas brigas com o pai e estava mais alegre. Mas todo aquele clima meio festivo durou pouco. Meu sogro entrou na sala, com o rosto em cólera, sem cumprimentar nem os netos e gritou impropérios para Chay. Rapidamente Joseph saiu com Valentina e Enzo, embora a topetuda quisesse ficar. Pelo que ouvi, ela disse que não permitiria que ninguém ofendesse o pai, mesmo que fosse o avô. Tenho certeza que se Chay tivesse ouvido aquilo, Valentina já estaria em seu colo sendo paparicada.

Assim que os jovens saíram, viemos os três para o escritório. Emmet, Jasper e Jaques, que entraram correndo logo após a entrada intempestiva de Carlisle, também vieram, curiosos com aquela gritaria.

Agora, novamente pai e filho se encaravam. Era triste ver aquela cena. Eu sei que desafiei Chay, mas, no fundo, eu sempre soube qual seria sua reação. Ele prezava os acordos, embora os outros as vezes não fizessem o mesmo. Mas ele tinha palavra. E palavra de Chay Suede sempre foi confiável. Por que mudaria agora?

Confesso que quando ele se levantou, dizendo ir até aquele puteiro e começar uma guerra... acreditei que ele ingressaria mesmo no ramo. Contraditório, eu sei. Mas Chay era imprevisível. Jamais esperei que ele fosse até o bordel e dissesse algumas verdades para a amante de Carlisle. No fundo, ela nem tinha culpa, mas Chay estava transtornado demais para pensar coerentemente. Ou então, talvez ele tivesse mesmo razão em relação a tal Serena.

- Não passa de um petulante, arrogante. Quem te deu o direito de ir la e falar aquelas barbaridades?

- Tem algo de podre nessa história e agora que me dei conta disso. Alguém quer nos enfiar no meio do fogo cruzado e você burramente não percebe isso.

- Eu ergui isso tudo, Chay. Você apenas herdou os negócios.

- Exatamente. Eu herdei. Eu comando. Se quer investir nesse ramo... que vá. Mas deixe meus negócios fora disso. Se não teve competência para fazê-lo antes, não tente tirar de mim agora.

- Veja la como fala comigo. Eu sou seu pai.

- Você se esqueceu disso quando se envolveu com aquela prostituta. Esqueceu-se disso quando mais uma vez colocou nossa família na linha de tiro.

- Pois saiba que eu farei isso.

- Pois faça! Mas não venha pedir arrego depois. E eu juro, pai... Se algo acontecer a minha familia por causa de sua burrice, eu esquecerei quem você é... E acabo com sua vida.

- Vamos ver quem acaba com quem primeiro, moleque.

- Eu deveria ter feito isso. Deveria ter colocado você numa camisa de força e internado num sanatório. Quando vai parar de agir como criança, chamando a atenção de todos? Isso não trará minha mãe de volta. Esme está morta e nesse momento deve sentir nojo de você.

Tenho certeza que Chay se arrependeria dessas palavras mais tarde. Carlisle ficou em choque e havia dor em seus olhos. Mas ele logo se recuperou, fuzilando Chay com os olhos.

- Gente, por que não tentam se acalmar? Estão todos nervosos. Desse jeito...

Comecei a falar, mas Carlisle gargalhou de forma doentia.

- Olha só quem é o porta-voz dele. E ainda acha que pode me desafiar.

Furioso, Chay deu um soco na mesa. Tive a impressão que ele fez isso para não esmurrar o pai. Carlisle gostou de mim desde o primeiro momento, mas agora...Realmente eu não o reconhecia mais. Chay mais uma vez estaria com a razão? Carlisle precisava mesmo de tratamento?

- Chega! Está na minha casa e falando com minha mulher.

Ele passou as mãos pelos cabelos e voltou a encarar o pai.

- Quer se enfiar na merda mais do que já está? Ótimo. Nos separamos aqui.

Houve um estranho e desconfortável silencio. Carlisle pareceu assustado. No fundo, acredito que ele esperava que Chay cedesse. Como se não conhecesse o próprio filho.

Chay olhou para os rapazes ali presentes... um por um.

- Não os obrigarei a nada. Quem quiser continuar comigo, que continue.

A princípio ninguém se manifestou, mas Jasper foi o primeiro a falar.

- Chay... cara... pense melhor. Talvez não seja assim como você está pensando. Não seria legal para nossa família se nos separássemos agora. Eu...

- Não há volta, Jasper. Ou está comigo ou está contra mim.

Jasper baixou a cabeça e eu soube qual seria sua escolha antes mesmo que ele falasse.

- Sinto muito.

Chay não disse nada. Apenas encarou Emmett que também baixou a cabeça. O que deu na cabeça desses dois? Agora eu entendia quando Chay dizia que eles não foram feitos para a máfia. Abandonariam Chay? Era isso?

- Sinto muito.

Emmet falou e Carlisle abriu um sorriso. Mas Jake se levantou e foi até Chay, colocando a mão sobre o ombro dele.

- Estou com você para o que der e vier.

- Obrigado Jake.

Talvez não fosse tanta surpresa. Jake sempre foi um dos melhores, senão o melhor dos homens de Chay. E pelo jeito era o mais sensato também.

- Bom... depois falem com os outros. Eu não quero desculpas, tampouco explicações. Que cada um siga o caminho que achar melhor.

Friamente Chay encarou o pai. Minha vontade era de gritar para que eles parassem com aquela loucura. Mas nem isso eu conseguia. Ainda não conseguia acreditar.

- Acho que não temos nada mais a dizer.

Carlisle devolveu o olhar frio.

- Quando você resolver sair desse pedestal, pode me procurar. Quando perceber que eu estava certo...

Chay o interrompeu, vociferando.

- Isso nunca acontecerá. Chega. Acabou.

Sem esperar mais uma palavra, Chay saiu do escritório. Eu apenas murmurei um pedido de desculpas e corri atrás dele. Ele rapidamente subiu as escadas, indo para o nosso quarto.

Entrei atrás dele e fechei a porta, ajoelhando-me a frente dele que estava sentado na cama.

- Estou decepcionada com Jasper e Emmet.

- Surpresa? Pra mim não foi nenhuma.

- Chay... sabe que não é só isso, não é? Quer dizer, não basta dizer que se separam e fim de papo.

- É obvio que sei. So não estou com cabeça para isso agora. Tampouco quero ficar olhando para a cara daqueles idiotas.Aliás, eu tenho medo só de pensar que burrice possa ser hereditário.

Ele se levantou, quase me jogando ao chão e começou a caminhar pelo quarto.

- Eu sabia. Eu deveria ter internado aquele velho mequetrefe há muito tempo.

- Não fale assim, Chay. Apesar de tudo ele é seu pai.

Ele revirou os olhos e deu um sorriso sarcástico. Aquele que eu mais odeio.

- Qual é? Vai se unir à banda podre agora?

- Deveria. Você e suas ferraduras dão conta dos negócios sozinhos.

- Sem surtos de mulherzinha. Isso não combina com você.

Ele se afastou e parou em frente a parede que dava para o banheiro, encostando sua testa ali. Eu percebi os músculos tensos de suas costas. Sinceramente... eu estava me cansando de toda essa merda. Eram dois topetudos que não enxergavam o óbvio. Chay acreditava mesmo que ficaria quieto se algo acontecesse ao pai ou aos irmãos?

Aproximei-me dele e massageei suas costas, sentindo-o relaxar quase instantaneamente.

- Você sabe que não conseguirá vê-los se destruindo e ficar quieto não é?

Ele se virou e eu me assustei ao ver seus olhos. Era dor, tristeza, raiva...medo.

- O que eu sei, Mel, é que isso acabará mal. Sabe o que é ver seus irmãos caminhando para a morte e não poder fazer nada?

- Não fale assim.

- É assim. Agora chega dessa merda. Eu só... preciso de alguns minutos e daqui a pouco desço para... fazer o que deve ser feito.

Não insisti mais. Não bastava apenas uma guerra entre grupos mafiosos. Agora era guerra entre família. E isso era o pior que poderia acontecer. Um império daquele prestes a ruir..

☆;:*:;☆

Horas mais tarde, estávamos eu e Chay no escritório, verificando alguns documentos. A casa estava silenciosa, o que era no mínimo estranho. Onde estavam Joseph, Valentina e Enzo sempre havia risadas e até mesmo discussões.

Como se tivesse o mesmo pensamento que eu, Chay ergueu a cabeça, a testa franzida.

- Eu sinto cheiro de merda no ar.

Apenas rolei meus olhos e não disse nada. Era tão cismado!

- E não faça essa cara. Meu faro não me engana. Vem bomba por ai.

- Mais?

- Com certeza. Onde estão os garotos e Valentina?

- Não faço ideia.

- Estou falando... isso não é bom. Reunidos e a casa em silêncio?

- Você é desconfiado demais. So digo isso.

- Eu conheço meu gado, Mel.

Eu tinha que dar o braço a torcer mais uma vez. O faro daquele homem era quase infalível. Ele mal tinha fechado a boca e a porta foi aberta. Valentina foi a primeira a entrar, com seu jeito mandão bem parecido com o do pai. Em seguida entraram Joseph e Enzo.

- Precisamos falar com você, pai.

- Ah não... Valentina, agora não é o momento.

- É importante.

- Ah sim... quer seu cartão de crédito de volta? Faça por merecer.

- Estamos falando sério, pai.

Joseph se manifestou e Chay estreitou os olhos.

- Tudo bem. O que é?

- Queremos participar dos negócios.

Valentina falou com naturalidade, como se dissesse que iria ao shopping.

- Como é?

Eu falei, olhando para o rosto de cada um deles. Chay parecia em choque, olhando para eles também.

- Isso mesmo, mamãe. Estamos separados do vovô agora. Não podemos deixar nosso pai sozinho.

- Vocês ficaram malucos?

Chay falou se levantando. Joseph se adiantou.

- Pai... somos uma família. Esse negócio envolve a todos. O senhor precisa de ajuda e faremos isso.

- NUNCA! Vocês andam usando drogas por acaso? Porque pra falar tanta merda...

Valentina bufou e rolou os olhos.

- O senhor nos ensinou outros valores, pai. Não precisamos de drogas para criarmos coragem para nada. É isso que queremos mostrar. So estamos aqui para somar e não provocar uma briga... como os outros.

Enzo falou pela primeira vez, desarmando Chay momentaneamente. Mas logo ele se recompôs.

- Olha... por que não vão ver TV, namorar.. isso, Valentina. Vá namorar o Liam. Eu deixo. E você, Joseph... volte para seus pacientes. Enzo volte para os estudos. Estão pensando que isso é brincadeira de polícia e ladrão? Acham que GTA ensinam tudo a vocês? Aliás... vou confiscar essa porra de jogo hein?

- Somos herdeiros disso, pai. Trabalharemos com o senhor. Por bem ou por mal.

Chay olhava para os filhos, sem acreditar. E me olhou, como se buscasse socorro. Mas eu estava tão perdida quanto ele.

Pela primeira vez em muitos anos, eu me via de mãos e pés atados. A situação era tão estranhamente fora dos padrões que eu não conseguia raciocinar com clareza e ajudar meu marido naquela pequena "rebelião"

Chay estava com os olhos vidrados, os dentes trincados e as mãos fechadas em punho, como se fosse esmurrar qualquer pessoa que se atrevesse a desafiá-lo.

Mas ele não faria isso. Não quando os desafiadores eram seus próprios filhos.

- O que é isso agora, hã? A creche resolveu se rebelar? É isso? Não estão gostando da marca da fralda e resolveram virar justiceiros?

- Estamos zelando pelo nosso patrimônio, papai.

- Devia zelar pela sua vida, Valentina. Metida a machona agora? Querendo se enfiar na máfia?

Epa... De braços cruzados, encarei meu marido e arqueei minha sobrancelha. Estava insinuando que sou uma machona? Mas ele pareceu não se importar com meu ar debochado.

- Você se esquece que só tem dezesseis anos, caralho. Imagine um pivete como você, com uma arma na mão? Aliás nem sei por que estou tendo essa conversa com você. Com vocês.

Fez um gesto mostrando para os filhos.

- Pai...



- Chega, Joseph. Muito me admira você, sempre tão centrado, sendo conivente com uma sandice dessas.



- Nosso avô declarou guerra, pai. Não ficaremos de braços cruzados vendo nossa família ser desmantelada dessa forma. Se tem uma coisa que o senhor nos ensinou, é que sempre devemos defender a família. E é o que faremos.



Os dois se encararam. Joseph nunca ousou falar assim com Chay. Mas ao que tudo indicava, assim como o pai, ele colocava a família acima de tudo. Observando meus três filhos em volta do pai... eu previ mais dores de cabeça.



VOLTEI, COM NOTÍCIAS

- TRABALHOS D AULA ATÉ O FIO DE CABELO

-NÃO VOU POSTAR 2 A 3 VEZES POR SEMANA, AGORA É 1 VEZ POR SEMANA OU CADA 10 DIAS

Joseph (Lembrando que o Joseph é adotado)
 Enzo: