sábado, 12 de setembro de 2015

FANFIC - "O PODEROSO SUEDE" - CAPÍTULO 08 - 2° TEMP.


Mel

Eu aprendi a ser forte. Ha anos ao lado de Chay nada mais natural que descobrisse em mim, uma força que até eu mesma desconhecia. Conseguia controlar um pouco meus sentimentos, e às vezes percebia certa frieza em mim. Nunca me imaginei torturando ou matando alguém. No entanto, eu fiz isso. E agi como se fosse uma coisa normal no ser humano.
Entretanto, assim como meu marido, toda minha pose de primeira-dama da máfia desaparecia quando o assunto era nossa família, principalmente nossos filhos. Eu os defendia com unhas e dentes, ria, chorava, sofria com eles. Muitas vezes cheguei a desafiar Chay para ficar a favor deles.
E era exatamente por ser assim em relação a eles, que nesse momento eu sofria. Era uma dor insuportável, que chegava a me deixar sem ar. O meu desespero chegou a tal ponto que eu já não conseguia discernir o certo e o errado.
Se por um lado eu concordava com Chay, admitindo que tê-los dentro da organização era perigoso demais, por outro lado, eu achava que isso era o certo. A máfia estava no sangue deles.
Porém, eu também me perguntava se era isso mesmo que desejava para meus filhos, ou era uma tentativa desesperada de tê-los ao meu lado. Nada mais fazia sentido em minha mente. Mas uma coisa era certa. Chay acreditava mesmo que conseguiríamos continuar trabalhando, sem saber exatamente como eles estavam?
Se existe uma coisa na qual sempre acreditei é que, quem sabe cuidar dos filhos, são os pais. Não importa se estarão acompanhados pelos melhores seguranças e atiradores. Somente os pais sabiam o que é essencial, o que os deixam felizes. Como eu conseguiria dormir sem visitá-los no quarto todas as noites?
Sei que fraquejei. Deveria ter sido mais dura e imposto minha vontade. Mas nossa vida estava confusa demais e realmente achei que seria melhor afastar Valentina e Enzo. Devo dizer que me arrependi no momento em vi o jatinho decolar.
Chay sequer me olhou. Apenas entrou em casa, deixando-me com Joseph. Foi ele quem me trouxe para o quarto, onde estava até agora. Ele me abraçava, sentado ao meu lado na cama.
- Não entenda como uma crítica, mãe. Mas eu não entendi sua atitude. Está óbvio que não era isso o que queria. Por que aceitou a intransigência do meu pai?
- Seu pai só quer o melhor para vocês, Joseph. Sempre foi assim. A segurança e o bem-estar de vocês vem em primeiro lugar.
- Eu sei disso. Nunca pensaria o contrário. Vocês são pais maravilhosos.
Eu chorei um pouco mais, ao ouvir as palavras dele.
- Porque temos filhos incríveis. Por isso nos desdobramos para vê-los sempre bem.
- Sei disso também. Mas mãe... isso não significa que meu pai esteja certo. Muitas vezes amamos demais e achamos que nossas atitudes são as mais acertadas. E não é isso. Amar não é tentar nos proteger de tudo. Amar é educar para que saibamos discernir o certo. Valentina e Enzo podem estar longe, mas isso não muda suas escolhas. O pai sempre disse que nossas escolhas e atitudes dizem quem somos. Está ai a prova. Nossas escolhas dizem quem realmente somos.
Eu o encarei, sem saber o que dizer. Parecia que somente nesse momento eu me dava conta de que meu filho realmente cresceu. Ja era homem e mostrava toda sua maturidade com essas palavras.
- Somos filhos da máfia, mãe. Isso é o que somos. Levar Valentina e Enzo para longe disso, só fará com que aumente ainda mais o desejo deles de lutarem ao lado de vocês.
Inclinei meu corpo para frente, colocando o rosto entre minhas mãos.
- O que eu fiz, meu Deus? Por que eu não conversei com seu pai?
- Eu entendo vocês dois, mãe. Principalmente meu pai. Foi uma carga muito grande sobre ele, em tão pouco tempo.Eu olho pra ele e vejo o mundo sobre suas costas. Não deve ser fácil. Ele é ainda mais forte do que pensei e o admiro ainda mais por isso.
- Ah meu filho... não sabe como é bom ouvir isso. Tenho certeza que seu pai ficará emocionado ao saber que pensa assim. E eu concordo com você. Ele é realmente muito forte. E... eu precisarei colocar essa força à prova.
Joseph franziu a testa, olhando-me com curiosidade.
- Como assim, mãe?
Eu inspirei profundamente, antes de voltar a encará-lo.
- Eu preciso desabafar uma coisa.
Deveria ser o contrário. O filho desabafando com a mãe. Os papeis se inverteram e era como se eu fosse a filha e Joseph o pai amoroso e atencioso. Ele me ouvia atentamente, segurando minha mão e apertando-a, demonstrando sua solidariedade. Ao final do meu relato, ele me abraçou ainda mais forte.
- Fico feliz que tenha confiado em mim para falar sobre isso. Mas, mãe... vê como o que eu disse estava certo? É muita coisa ao mesmo tempo. Vocês dois juntos não aguentam a carga sozinhos. E sabe que não digo isso em relação aos negócios. Estou falando em relação ao emocional, ao psicológico de vocês. Confiem mais em nós. Enzo tem uma mentalidade fantástica, uma inteligência fora do comum. E Valentina tem a mesma ousadia e força que vocês dois.
- Eu sei que... seu pai ficará ainda pior. Deus... eu nem quero imaginar o que ele fará quando conversarmos.
- Eu só digo que adiar será pior.
- Eu sei. So estou esperando que ele venha para o quarto.
- No mínimo deve estar no escritório, acompanhado pelo uísque e pelo charuto.
- Sim. Provavelmente.
Nesse momento a porta foi aberta e Chay entrou. Olhou para nós dois, mas sem dizer nada, desabotoou a camisa, jogando-a sobre a poltrona. Joseph me olhou rapidamente. Ele também percebeu os olhos vermelhos e levemente inchados do pai. Sabíamos o que tinha acontecido.
- Vou deixá-los a sós.
Joseph falou assim que Chay entrou no banheiro.
- Obrigada pela conversa. Acho que deveria ter escolhido psicologia e não pediatria.
Ele riu, dando-me um beijo na bochecha.
- Gosto de crianças. Mas quem sabe? Estudar nunca é demais.
Sorri, satisfeita, vendo-o caminhar até a porta. Apesar de toda a tempestade pela qual passamos, tinha que admitir que criamos muito bem nossos filhos. No fundo Chay também sabia disso, mas seu amor de pai, seu medo falaram mais alto. Era calejado, estava há tempo demais nessa vida para saber os riscos que pessoas tão jovens como os filhos teriam que enfrentar. Entretanto, eles estavam com dezesseis anos. Faltava pouco para alcançarem a maioridade. E se fosse pensar bem, mentalmente eram bem mais maduros que muitos adultos. Um pouco impetuosos, talvez, mas, ainda assim, maduros.
Levantei-me, indecisa entre ir ou não atrás de Chay. A verdade é que sempre dividimos tudo, inclusive nossas tristezas. Eu não entendia por que dessa vez, ele me deixou com minha dor, curtindo a sua também sozinho.
Decidida, tirei minha roupa e segui nua até o banheiro. Ele estava lá, glorioso sob a ducha. Os braços estavam cruzados em frente ao peito e ele olhava para baixo, atento, como se o escorrer da água para o ralo fosse a coisa mais interessante do mundo.
Não ergueu a cabeça nem mesmo quando empurrei a porta do box e entrei. Fiquei parada à frente dele, esperando que parasse de me ignorar. Mas ele não o fez, portanto, segurei em seus braços, forçando-os para baixo. Quando consegui meu objetivo, aconcheguei-me em seu peito, feliz ao sentir que ele me abraçou, colocando os lábios em meus cabelos.
Suspirei e apertei meus braços à sua volta, aproveitando aquele momento.
- Por que me deixou só? Sempre dividimos tudo, lembra?
- Pensei que não quisesse minha presença.
Eu me afastei para olhar em seu rosto, constatando que ele falava realmente sério. Acariciei seu peito, sem deixar de olhar em seus olhos.
- Por quê?
- Porque eu tirei as crianças daqui, Mel. Eu sei que você não gostou e não concorda com o que eu fiz.
- Sinceramente? Estou me sentindo perdida. Não sei mais o que é certo, errado. Ao mesmo tempo em que penso que o certo é deixá-los participar, acredito que devem mesmo ficarem afastados dessa guerra toda.
- Será melhor assim.
Eu não ousei discordar. Não que sentisse medo dele, mas simplesmente não queria deixá-lo enfurecido antes da hora. Precisávamos conversar seriamente.
- Chay, eu...
Ele não me permitiu continuar. Juntou meus cabelos num rabo, puxando minha cabeça para trás. Eu conhecia aquele olhar muito bem. Queimava minha pele e deixava todo o meu corpo arrepiado. Inclinando a cabeça para frente, mas puxando ainda mais meus cabelos, Chay repuxou meu lábio inferior com os dentes. A outra mão forte em minha cintura me fez arfar de encontro aos seus lábios.
- Você sabe o que eu preciso agora, Mel.
Óbvio que sabia. Não só Chay, como eu mesma passamos a extravasar o estresse em algumas horas do mais ardente sexo. E dessa vez não seria diferente. Aliás, eu preferia isso. Queria meu marido bem relaxado para nossa conversa.
- Eu sei. E estou pronta para você.
Ele deu seu sorriso torto e soltou um rosnado ao mesmo tempo. Mesmo após tantos anos, seu ímpeto fazia com minhas pernas tremessem. Meu corpo foi girado rapidamente e praticamente espremido contra a parede fria do banheiro. Voltou a segurar com força meus cabelos e gemi antecipadamente, ao senti-lo colado ao meu corpo.
Mordeu meu pescoço antes de falar em meu ouvido, com evidente angustia.
- O pior dessa merda toda...é saber que minha cabeça ficará ainda mais fodida com eles longe daqui.
Não falei nada. E nem conseguiria. Meu corpo já estava entregue e logo minha mente se desligou também. Pelo menos nos longos minutos em que Chay se saciou em meu corpo.
☆;:*:;☆
Praguejei baixinho, acordando assustada com o toque do celular. Abri os olhos e encontrei o lado direito da cama vazio. Minha intenção era conversar com Chay assim que conseguíssemos respirar normalmente. Mas não foi o que aconteceu. Fui dominada por um sono profundo, acordando agora, completamente desorientada. Estiquei a mão e peguei o celular, conferindo o visor e vendo se tratar de Clarice.
- Oi Alice.
- Oi Mel. Que voz é essa?
- Acabei de acordar.
- Meu Deus! É... mas imagino a barra que deve estar passando.
- Que horas são?
Perguntei sentindo a garganta seca e os olhos ardendo.
- Quase duas da tarde.
Não era de se estranhar que me sentisse tão desorientada. Devo ter dormido mais de quinze horas.
- Nossa...
- So liguei para saber como estão as coisas por ai.
- Chay e eu quase não conversamos ainda.
Alice riu, pois sabia muito bem os motivos da ausência de dialogo.
- Ele me ligou hoje. Pediu para que eu e Rose fôssemos até ai.
- Ah é? E a que horas virão?
- As seis estaremos ai.
Conversei mais um pouco com Akice e depois nos despedimos. Estiquei os braços, espreguiçando-me e nesse momento eu ouvi vozes altas e a porta foi aberta com violência. Chay segurava o celular ao ouvido, quase agarrando os cabelos com a mão livre. Joseph entrou atrás dele, o rosto pálido e assustado. Senti o coração bater desesperado, como prenúncio de algo ruim.
- O que foi?
Joseph imediatamente se sentou ao meu lado, segurando minha mão. As dele estavam frias e tremiam.
- Eu... não sei ao certo.
Eu olhava meu marido andando pelo quarto, esmurrando a parede, enquanto falava ao celular. Senti os braços de Joseph à minha volta, tentando em vão, tranquilizar-me.
Chay falava rápido e consegui entender algo como: eles não atendem. Nenhum deles. Senti minha cabeça girar. So poderia ser algo com Valentina e Enzo.
- Não, inferno. Eu já liguei na casa. Um dos empregados informou que não houve qualquer sinal, qualquer contato.
Com a respiração acelerada e os olhos úmidos pelas lágrimas, eu finalmente permiti que elas descessem pelo meu rosto, quando vi Chay encostar a cabeça contra a parede, fechando os olhos.
Mas como sempre impaciente, voltou a andar, bagunçando seus cabelos e falando em tom ainda mais furioso.
- Eu não quero saber, porra! Se virem, é pra isso que são pagos. Bando de incompetentes do caralho.
Por todas as palavras dele, eu já imaginava o que estava acontecendo. Por quê? Por que tanta paulada de uma só vez? E justo agora que eu tinha algo importante a dizer a ele? Eu previa meu marido tendo uma síncope.
Pulei de susto quando ele arremessou o aparelho contra a parede, deixando-o estilhaçado no chão. Com as mãos na cintura, mas bufando feito touro enfurecido, ele me encarou.
- Diga...diga logo.
Pedi, quase num sussurro. E nem era preciso pedir. Ele explodiria a qualquer momento. E quando ele respondeu, eu chorei ainda mais, junto com Joseph.
- O jatinho... a porra do jatinho não chegou ao seu destino.
A dor que senti foi tão intensa que curvei o corpo para frente, com as mãos sobre meu ventre. Chay estava alheio ao que se passava e continuou esbravejando.
- Tem dedo podre da Valentina nessa merda. Eu sinto o cheiro dos hormônios abusados dela de longe.
- Oh Deus...
Parecia que eu sangrava por dentro. Rapidamente meu cérebro relacionou aquela dor a dor que senti quando perdi meu bebê. Meu desespero aumentou e nem sei como, meu corpo escorregou na cama, fazendo com que eu caísse de joelhos, curvada para frente. Joseph ajoelhou-se ao meu lado, passando o braço em volta do meu ombro. Eu só conseguia rezar, implorando a Deus para que nada do que eu pensava fosse verdade.
Eu gemi, erguendo meu corpo novamente. Chay continuava parado, me olhando, quase sem ação. Eu via a angustia, medo, raiva... tudo em seus olhos. Levei minha mão ao ventre, soluçando. Assustado, Joseph segurou meu rosto.
- Calma, mãe. Pense no bebê...
Eu vi meu marido empalidecer. Nesse momento, eu realmente temi perdê-lo para um ataque fulminante do coração.
- Bebê?
Chay levou as duas mãos a cabeça, a boca entreaberta, arfando ainda mais.
- Bebê? Mel... você está grávida?
Eu entendia seu desespero, pois era daquela forma que me encontrava. Como ter um bebê em meio a esse caos? Chay continuou me encarando, à espera de uma resposta que ele, no fundo, já sabia.

CONTINUA

4 comentários:

  1. Oqueeeeeeeeee? Bebê?
    SOCORRO
    ESTOU TENDO UM PIRIPAQUE
    MEU DEUS CONTINUA....

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  2. CAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARALHO
    BEBE? ESTOU TENDO UM INFARTE
    POSTA HOJE,AMANHÃ,AGORA, MDS
    CONTINUA

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  3. COOOONTIIIIIIINUUUUUUA COM DIA JHENNIFER HOJE AMANHA AAAGRRR AAAAAH PELO AMMR DE DEUS BB ?

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